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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

HORAS DE SAUDADES



Tudo vem me lembrar que tu fugiste,
Tudo que me rodeia de ti fala.
Inda a almofada, em que pousaste a fronte
O teu perfume predileto exala.

No piano saudoso, à tua espera,
Dormem sono de morte as harmonias.
E a valsa entreaberta mostra a frase
A doce frase qu'inda há pouco lias.

As horas passam longas, sonolentas...
Desce a tarde no carro vaporoso...
D'Ave-Maria o sino, que soluça,
É por ti que soluça mais queixoso.

E não vens te sentar perto, bem perto
Nem derramas ao vento da tardinha,
A caçoula de notas rutilantes
Que tua alma entornava sobre a minha.

E, quando uma tristeza irresistível
Mais fundo cava-me um abismo n'alma,
Como a harpa de Davi teu riso santo
Meu acerbo sofrer já não acalma.

É que tudo me lembra que fugiste.
Tudo que me rodeia de ti fala...
Como o cristal da essência do oriente
Mesmo vazio a sândalo trescala.

No ramo curvo o ninho abandonado
Relembra o pipilar do passarinho.
Foi-se a festa de amores e de afagos...
Eras — ave do céu... minh'alma — o ninho!

Por onde trilhas — um perfume expande-se
Há ritmo e cadência no teu passo!
És como a estrela, que transpondo as sombras,
Deixa um rastro de luz no azul do espaço...

E teu rastro de amor guarda minh'alma,
Estrela que fugiste aos meus anelos!
Que levaste-me a vida entrelaçada
Na sombra sideral de teus cabelos!...
 POSTADO por
marlene de goes





segunda-feira, 18 de agosto de 2014

EMOÇÕES

Emoções

O amor, complexo perfeito, finda e renasce, mesmo com a interferência do bom senso imperfeito da humanidade. Cuja qual, mistura-se nas cinzas da evolução, de sensações robotizadas, frias! No entanto, o que somos? Seres evoluídos ao ponto de manipular as próprias emoções e as de outrem, a fim de fomentar o próprio interesse. Será esse um mundo quadrado, imperfeito, sem rumo, sem jeito? Essa é a grande realidade, como um banho de água fria... Enquanto emoções de plástico ganham o mundo, que mundo é esse? Mundo de xadrez, damas, baralhos e dominós... Figurantes, errantes, cheios de nós... Perdidos no grande tabuleiro do jogo da vida, Fascinante, quando não deixamos de lado, O Amor!
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postado por marlene de goes

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

TEUS OLHOS ENTRISTECEM


Teus olhos entristecem

Fernando Pessoa
Teus olhos entristecem. Nem ouves o que digo. Dormem, sonham, esquecem... Não me ouves, e prossigo. Digo o que já, de triste, Te disse tanta vez... Creio que nunca o ouviste De tão tua que és. Olhas-me de repente De um distante impreciso Com um olhar ausente. Começas um sorriso. Continuo a falar. Continuas ouvindo O que estás a pensar, Já quase não sorrindo. Até que neste ocioso Sumir da tarde fútil, Se esfolha silencioso O teu sorriso inútil.


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POSTADO POR MARLENE DE GOES

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